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Tony Stark usava um Citroën

Por Diego Germán de Paco

Se coloque nesta situação: atravessando o deserto africano, num calor escaldante, sozinho e dirigindo um carro de 33 cavalos de potência, tudo isso em 1993 – sem nenhum sistema de telefonia móvel. Alguns quilômetros depois, na rodovia pela qual trafega, existe um bloqueio militar fechando uma zona de conflito. Soldados em guarda te proíbem de seguir em frente, e se retrocedesse todo o caminho andando, seu pequeno citroen 2cv poderia ser vítima da fatídica pane-seca. A única opção seria atravessar o deserto. O desespero beira um filme “hollywoodiano” mas, nada ali é irreal, tudo está acontecendo de verdade.

Por falta de opções, você segue em meio a dunas a perder de vista. Depois de alguns minutos, um ruído seco; um estalo indica que algo aconteceu: uma pedra aparentemente escondida entre os pequenos grãos de areia destrói um braço oscilante e uma parte vital da estrutura, inutilizando seu “deux chevaux”…

O que seria um sinal dos deuses para impedir sua jornada, para o francês Emile Leray, se tornou mais um desafio dessa incrível aventura, que em 12 dias, munido de uma caixa de ferramentas e uma serra manual, transformou o Citroën  em uma moto capaz de leva-lo a um local seguro. Um final intrigante, um feito da determinação de um ser humano.

E pensávamos que o Tony Stark não passava de uma mera ficção…